Hot topics – ARVO Meeting – Vancouver – 28/4 a 2/5/2019

  • 29 de maio de 2019
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Colaboração por sua presença in loco e anotações: Dra. Ana Paula da Silva Maganhoto (fellow do 2o ano de Retina do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem, Joinville (SC)).

28/04/19: Domingo

:A0026: Four-year analysis of diabetic retinopathy rates using teleretinal screening shows declining retinopathy rates over time in central Texas – Kevin F. Elwood, R.L. Gross, J.A. Martinez e cols. University of Texas (EUA)

– O atraso no diagnóstico de retinopatia diabética (RD) aumenta as chances de perda visual e custos associados à doença.

– Métodos: 19.894 imagens de screening de RD foram revisadas por retinólogos; análise retrospectiva de RD for capturas por câmeras de 12 centros de tratamento no Texas. Dois a quatro anos de dados de screening foram obtidos a partir de sistemas de imagens retinianas inteligentes (IRIS)

– Conclusão: redução estatisticamente significante das taxas de RD após o primeiro ano, provavelmente porque os casos detectados pelo screening foram referenciados para retinólogos. O uso de screening telerretiniano pode reduzir o número de casos de RD.

A0066: Predictors of baseline diabetic retinopathy severity at veterans affairs teleretinal screening program over a 10-year period – Michael Gencarella, C.S. Lee, H.C. Jung, A. Lee University of Washington School of Medicine (EUA)

– O screening telerretiniano pode melhorar o acesso e tratamento de paciente com RD.

– Métodos: estudo retrospectivo com dados de 2006-2017; 11.941 pacientes analisados.

– Resultados: 82,3% não tiveram a doença; 13,3% tiveram RD leve, 3,2% tiveram RD moderada, 0,8% tiveram RD severa e 0,3% tiveram RD proliferativa no screening baseline.

– Conclusão: comparados aos caucasianos, todas as outras raças (americanos nativos, afro-americanos, asiáticos) tiveram maior prevalência de RD e em estágios mais severos.

  • HbA1c alta e baixa taxa de filtração glomerular estão associados com maior severidade da RD.

A0142: Is polypoidal choroidal vasculopathy differentiated from age-related macular degeneration (AMD)? – Handan Akii, T. Fang, T. Wiens, e cols. University of Liverpool and Vancouver General Hospital (Grã-Bretanha e Canadá)

– Objetivo de avaliar o diagnóstico e tratamento de vasculopatia polipoidal e DMRI em chineses e caucasianos canadenses.

– Estudo retrospectivo com 37 olhos de chineses canadenses e 394 olhos de caucasianos, com mais de 1 ano de seguimento.

– Resultados: detectou-se vasculopatia polipoidal em 17,6% dos chineses canadenses e 12,8% dos caucasianos. Angiografia com ICG foi usada pra diagnóstico de vasculopatia polipoidal em 5,4% dos canadenses chineses e 0,5% dos caucasianos.

– Sinais no OCT que sugerem vasculopatia polipoidal de coroide são: descolamento do epitélio pigmentado retiniano (EPR) pontiagudo, notch, sinal da dupla camada.

– Conclusão: Apesar da subutilização de ICG, vasculopatia polipoidal foi detectada na população estudada. A análise quantitativa cuidadosa dos achados tomográficos pode ajudar no diagnóstico diferencial da vasculopatia polipoidal com membrana neovascular sub-retiniana oculta e, assim, diminuir a necessidade de ICG.

A0148: Risk factors for fellow eye progression in patients with unilateral exsudative age-related macular degeneration – Julia Lemke, V. Sitnilska, C. Gietzelt e cols. University of Cologne (Alemanha)

– Objetivo: investigar os fatores de risco genéticos e não-genéticos para a progressão no olho contralateral em pacientes com DMRI exsudativa unilateral.

– Análise retrospectiva de 127 pacientes com DMRI exsudativa unilateral e DMRI não- exsudativa (sem atrofia geográfica central) no olho contralateral). Seguimento mínimo de 2 anos.

– Resultados: No seguimento médio de 5,3 +/- 2,5 anos, 69/127 pacientes (54,3%) desenvolveram DMRI tardia no olho contralateral (exsudativa: 49; atrófica: 20).

– Conclusão: Focos hiperrefletivos no OCT e anomalias pigmentares são fatores de progressão da doença. Drusas reticulares e descolamento do EPR não foram alterações estatisticamente significantes.

A0276: Combination therapy with intravitreal tissue plasminogen activator and ranibizumab for wet AMD with subretinal hyperreflective material – Ryoko Takeuchi, T. Yasukawa, A. Kato, T. Obayashi e cols. Nagoya City University Graduate School of Medical Sciences (Japão)

– Material hiperrefletivo sub-retiniano (SRHM) associado à formação de cicatriz fibrótica e não-fibrótica, é considerado um fator de risco para baixa visual apesar do tratamento com anti-VEGF em pacientes com DMRI neovascular (DMRIn).

– Objetivo do estudo é avaliar o impacto da terapia intravítrea com ranibizumab e fator ativador de plasminogênio 40 KIU (que possui função fibrinolítica) em pacientes com DMRIn com SHRM.

– 21 olhos receberam o tratamento descrito, com follow-up médio de 56 meses. O re-tratamento foi feito com ranibizumab ou aflibercept no esquema PRN. Em 6 meses, média de injeções foi 2,3.

– Houve redução da espessura macular central, redução da espessura do SHRM (58% imediatamente após ranibizumab com fator ativador de plasminogênio e 82% no final do seguimento); houve melhora inicial da AV, com discreta piora no final do seguimento.

– Os olhos com SRHM e DEP fibrovascular tendem a ter uma baixa visual severa basal, enquanto os olhos com exsudatos duros, hemorragias sub-retinianas ou líquido intrarretiniano tendem a ter uma baixa visual severa basal ou piora após uma melhora visual inicial.

– Conclusão: a combinação das duas terapias pode ser efetiva para DMRIn com SRHM.

A0399: Retinal phenotypic characterization of a Brazilian cohort of patients with homozygous ABCA4 alleles – Fernanda Porto, Shirley Sampaio, Renata Simões, Rui Chen, John (P-W) Chiang. INRET Clínica e Centro de Pesquisa, Belo Horizonte (Brasil), Baylor College of Medicine, Houston (EUA), Molecular Vision Laboratory, Hillsboro (EUA), Instituto de Ensino e Pesquisa Santa Casa Belo Horizonte (Brasil).

– Avaliaram-se 22 indivíduos afetados de 15 famílias de um total de 434 famílias com doença de Stargardt em único centro. Obtiveram-se história clínica, fotografia colorida do fundo, autofluorescência, OCT e eletrofisiologia. Detectaram-se as mutações do ABCA4 através de NGS sequencing.

– Selecionaram-se 22 pacientes (27,8%) com variantes ABCA4 homozigoto dentre 89 pacientes que tinham realizado teste molecular para doença de Stargardt. Identificaram-se 5 alelos ABCA4 homozigotos associados à doença. A variante patogênica mais frequente neste estudo foi p.Arg602Trp (11/23 pacientes). Dezenove pacientes com alelos homozigotos tiveram a doença de início recente (< 10 anos) e fenotipo severo.

– Conclusões: o estudo das características fenotípicas de pacientes com alelos ABCA4 homozigotos permite a avaliação clínica detalhada do efeito de cada alelo individual na estrutura e função retiniana. Os alelos comuns identificados, P.T1346fs e p.Arg602Trp, têm significante efeito na estrutura e função da retina humana. O complexo de alelos p.S1642R e p.Val1682_Val1686del está relacionado à doença precoce e grave. O novo complexo de alelos p.His1941Pro e p.Leu1350Leu está relacionado ao fenótipo severo da doença de Stargardt. O intrônico c.-2591G>A está associado à relativamente longa preservação da arquitetura dos fotorreceptores e função na fóvea.

A0569: Characterization of macular edema in the initial stages of diabetic retinopathy – Torcato Santos, Inês Marques, Ana Rita Santos e cols. Universidade de Coimbra (Portugal)

– 142 olhos de pacientes com 52-88 anos, com retinopatia diabética (RD) foram analisados com SD-OCT. Edema macular leve detectado em 43% dos casos no grupo 1 (RD mínima, segundo ETDRS), 41% dos casos no grupo 2 (RD leve) e 38% dos casos do grupo 3 (RD moderada).

– A camada nuclear interna foi a que demonstrou maior aumento de espessura (79%).

– O edema é predominantemente intracelular (aumento da espessura sem espaços hiporrefletivos ao OCT) nos casos iniciais (RD mínima) e extracelular nos casos leves/moderados.

– A prevalência de edema subclínico e central foi semelhante nos 3 grupos, indicando que o edema macular pode ocorrer em qualquer estágio da RD.

B0200: Randomized trial of monthly versus PRN intravitreal injection of ranibizumab with and without PRN target panretinal photocoagulation (TRP) for radiation-induced macular edema: RRR two year anatomic outcomes – Amy C. Schefler, R. Anand, T. Fuller e cols. Retina Consultants , Houston (EUA)

– Objetivo: avaliar as mudanças anatômicas em pacientes em terapia com ranibizumab 0,5mg com ou sem TRP para edema macular relacionado à radiação.

– Métodos: estudo prospectivo, fase 2.

  • Coorte A: 1º ano com ranibizumab mensal; 2º ano com esquema treat and extend;
  • Coorte B: 1º ano com ranibizumab mensal + TRP; 2º ano com esquema treat and extend;
  • Coorte C: 1º ano com carregamento ranibizumab + PRN + TRP; 2º ano com esquema treat and extend.

– Conclusão: os 3 grupos tratados melhoraram a acuidade visual em relação ao controle. Os tratados mensalmente ganharam mais AV no primeiro ano que PRN. No segundo ano, a visão ficou estável nas 3 coortes, com menor número de aplicações. O tratamento com anti-VEGF é eficaz em manter visão nos casos de edema macular relacionado à radiação.

B0204: Decreased retinal sensitivity overlying melanocytic choroidal lesions evaluated by microperimetry. Rodrigo Jorge, Marina Labarrere, André Messias, Zélia Correa. Ribeirão Preto Medical School, University of São Paulo (Brasil), Wilmer Eye Institute, Baltimore (EUA)

– Objetivo: comparar o limiar de sensibilidade retiniana sobre o nevo de coroide localizado no pólo posterior e o limiar de sensibilidade da retina normal adjacente a estas lesões, através de microperimetria.

– Estudo prospectivo de 9 pacientes que apresentavam nevo de coroide entre as arcadas, com diiâmetro vertical médio de 2,2 mm e horizontal de 2,3 mm. Todos os nevos apresentaram diminuição da sensibilidade quando comparados à sensibilidade da retina sadia adjacente. Follow-up de 6 meses mostrou resultados perimétricos similares. Não houve correlação entre a área média do nevo e a diminuição da sensibilidade retiniana.

– Conclusão: o limiar de sensibilidade retiniana microperimétrica sobre o nevo de coroide parece estar significantemente reduzido quando comparado ao de áreas adjacentes sadias do mesmo olho.

B0222: Beta-blocker: a potencial adjuvant therapy for uveal melanoma – Eva Jin, Miguel Burnier, Julia Burnier e cols. McGill University, Montreal (Canadá)

– Melanoma uveal é o tumor intraocular mais comum em adultos e a forma mais frequente do melanoma não-cutâneo. Apesar do tratamento atual, 50% dos melanomas uveais desenvolvem metástases.

– Betabloqueador mostrou-se uma medicação com potencial antiproliferativo, anti-migratório, e com propriedades citotóxicas em melanoma cutâneo, colorretal, de ovário e neuroblastoma.

– Estudo in vitro de células de melanoma uveal tratadas com propranolol.

– Este trabalho demonstrou efetividade do propranolol em melanoma uveal pois diminuiu a viabilidade e migração das células tratadas, além de aumentar a sua apoptose. O betabloqueador pode ser um tratamento adjuvante em melanoma uveal.

B0321: Outcomes of cytomegalovirus retinitis-related retinal detachment in acquired immune deficiency syndrome (AIDS) patients following pars plana vitrectomy in southern Thailand – Virintorn Prapakornkovit, W. Sittivarakul, M. Ratanasukon e cols. Prince of Songkla University (Tailândia)

– Estudo retrospectivo para determinar os resultados cirúrgicos e fatores preditivos em vitrectomia via pars plana (VVPP) com óleo de silicone em pacientes com AIDS e descolamento de retina (DR) relacionado à retinite por citomegalovírus (CMV).

– 52 olhos, pacientes com CD4 médio de 152 céls/mm3, AV < 20/200. O follow up (FU) médio foi de 41,7 meses.

– Resultados: 44 olhos (84,6%) tiveram a retina colada no primeiro procedimento. Sucesso no final do FU de 47/52 olhos colados (90,4%).

  • Não estar em terapia antirretroviral (TARV) e demorar mais de 3 meses para VVPP levou à maior chance de redescolar.
  • Resultado funcional com sucesso em 28 olhos (com 6 meses) e 34 olhos (final do FU).

– Conclusões: VVPP com óleo de silicone tem resultados anatômico e funcional favoráveis nos pacientes com descolamento de retina por retinite por CMV. O uso de TARV e VVPP precoce parecem melhorar os resultados.

A0035 (Hot topic): Spectrum of Eye disorders in type 2 Diabetes (SPEED) in India. An eye care facility-based study – Taraprasad Das, U. Behera, H. Bhattacharjee e cols. Retinal Vitreous Services, Hyderabad (Índia).

– O estudo SPEED (Spectrum of Eye disorders in type 2 Diabetes) constitui-se de dados de 13 centros da Índia. Total de 11.182 pessoas recrutadas para o estudo, portadoras de DM tipo 2.

– Na apresentação, 502 pessoas (4,5%) estavam cegas e 1077 (9,6%) eram deficientes visuais.

– 1 em cada 3 possuía RD e 1 em cada 5 possuía retinopatia com risco de perda visual.

– Hipertensão arterial sistêmica foi a comorbidade mais comum.

– Isto mostra a necessidade de apoio, infraestrutura e desenvolvimento de recurso para lidar com esta doença e com o risco de perda visual nos pacientes.

A0226 (Hot topic): Efficacy and safety of faricimab every 16 or 12 weeks for neovascular age-related macular degeneration: STAIRWAY phase 2 results – Carl Danzig, C. Quezada, K. Basu e cols. Rand Eye Institute, Deerfield Beach (Flórida, EUA)

– O STAIRWAY é um estudo fase 2 que testou faricimab para DMRI neovascular (DMRIn).

– DMRIn é normalmente tratada com injeções de anti-VEGF mensais/bimestrais.

– Faricimab neutraliza tanto o VEGF quanto a angiopoietina-2, uma substância associada com desestabilização vascular e inflamação microvascular.

– STAIRWAY comparou o faricimab, ministrado a cada 16 (q16w) ou 12(q12w) semanas, com ranibizumab ministrado a cada 4 semanas (q4w), em 76 pacientes com DMRIn divididos em 3 grupos.

– No final de 52 semanas, os pacientes do grupo faricimab (q16w e q12w) apresentaram melhora anatômica e estabilidade do ganho inicial de acuidade visual comparáveis aos tratados com ranibizumab q4w. Isto sugere que a inibição dupla (VEGF e angiopoetina-2) possa aumentar a duração do tratamento e reduzir a frequência de aplicações intravítreas. Estudos fase 3, a partir de 2019, irão testar a eficácia e segurança da medicação em grupos maiores.

29/04/19 – Segunda feira.

A0039: Outer retina thinning distinguishes frontotemporal degeneration from Alzheimer’s disease – Benjamin J. Kim, M. Grossman, A. Saludades e cols. Scheie Eye Institute, Philadelphia (EUA)

– A degeneração frontotemporal é uma doença neurodegenerativa difícil de distinguir da doença de Alzheimer, clinicamente.

– Alzheimer cursa com afinamento da retina interna; já a degeneração frontotemporal cursa com afinamento da retina externa.

– Métodos: transversal, com 33 pacientes com degeneração frontotemporal e 15 pacientes com Alzheimer (todos com idades semelhantes) ? após exclusão de alguns pacientes (imagem duvidosa ou outras doenças que pudessem causar confusão na análise) ? 27 pacientes com degeneração frontotemporal (46 olhos) e 10 pacientes com Alzheimer (20 olhos).

– Idade média foi de 65,8 anos no grupo degeneração frontotemporal e 60,6 anos no grupo Alzheimer.

– Ajustando idade, sexo e raça, os pacientes com degeneração frontotemporal tiveram maior redução da camada nuclear externa e retina externa, comparados aos pacientes com Alzheimer.

– Conclusão: afinamento da retina externa, detectado pelo SD-OCT, é um biomarcador potencial para diferenciar degeneração frontotemporal da doença de Alzheimer.

A0128: Deep neural network and human evaluation of referral-warranted diabetic retinopathy using smartphone-based retinal photographs – Michael Aaberg, T. Kim, P. Lie e cols. University of Michigan, Ann Arbor (EUA)

– Programas de rastreio de alta qualidade para diagnóstico de retinopatia diabética (RD) usando o smartphone com um adaptador (RetinaScope) para captar imagens (50º de amplitude) ? realizam montagem da imagem com 100º.

– Uso de EyeArt® screening system: usado para detectar RD que necessite de referência oftalmológica.

– Análise de 119 olhos de 69 pacientes.

– Conclusão: RetinaScope + EyeArt tiveram sensibilidade de 87% em detectar RD que necessitasse de referência oftalmológica. Apresenta especificidade superior (73,3%) e sensibilidade discretamente inferior às do examinador treinado.

A0139: Prediction of areas at risk of developing geographic atrophy in color fundus images using deep learning –Bart Liefers, J.M. Colijn, C. González-Gonzalo e cols. Radboudumc, Nijmegen (Holanda)

– 377 imagens de retinografia (252 olhos) foram analisadas por 4-5 médicos experientes, que fizeram a delineação da área de atrofia geográfica através de imagens multimodais.

– Foram identificados 84 pares de imagens do mesmo olho obtidas com um intervalo de 5 anos (basal e follow-up).

– O registro das imagens foi feito através da identificação de pontos de referência correspondentes, permitindo projetar a área demarcada de atrofia geográfica do follow-up, na imagem basal.

– Conclusão: foi demonstrada a viabilidade de prever a extensão e localização das áreas de risco de desenvolvimento de atrofia geográfica usando deep learning.

A0140 (Hot topic): Estimation of haemoglobin A1c from retina photographs via deep learning – Yih Chung Tham, Y. Liu, D. Ting e cols. Singapore Eye Research Institute (Singapura)

– Objetivo: avaliar a performance do novo sistema de deep learning desenvolvido para estimar a HbA1c.

– Métodos: 17.422 indivíduos asiáticos incluídos (retrospectivo). Medidas da HbA1c e retinografia foram realizadas nos pacientes.

  • 13.937 dados foram usados para o treinamento e desenvolvimento deste sistema de deep learning.
  • 3.485 dados independentes foram usados para validação.
  • – Resultados: idade média 59 anos (grupo treinamento) e 57,2 anos (grupo validação).
  • 81,2% com diabetes no grupo treinamento x 47,8% no grupo validação.
  • HbA1c 6,7% no grupo treinamento x 6,63% no grupo validação.
  • O MAE (mean absolute error) entre a estimativa de hemoglobina glicada do sistema de deep learning e a real HbA1c foi de 0,87%.
  • O Bland Altman (concordância entre dois métodos) de diferença médio foi de 0,18%.
  • O ICC (interclass correlation coefficient) foi de 0,60, que indica boa concordância entre 2 medidas, com discreta superestimação pelo sistema de deep learning.

– Conclusão: este novo sistema de deep learning pode conseguir estimar a HbA1c.

A0157: Predicting the positivity for thioflavin fluorescence of retinal depositis by their polarization properties in association with Alzheimer’s disease – Yunyi Qiu, M.C. Campbell, T. Jin e cols. University of Waterloo (Canadá)

– Doença de Alzheimer é caracterizada pelo depósito de proteínas amiloides no cérebro e retina neural. As imagens de depósitos retinianos podem ser obtidas por fluorescência e polarimetria (não-invasivo).

– 31 olhos de pacientes doadores com Alzheimer ? retina foi corada com thioflavin-S 0,1% e analisada também com diferentes espectros de luz polarizada.

– Podem-se detectar sinais de fluorescência positiva nos depósitos amiloides da retina através de propriedades da imagem polarizada, permitindo o diagnóstico de Alzheimer, sem a necessidade do uso de contraste.

A0258: Morphological Changes in Ebola-Specific Retinal Lesions with spectral domain optical coherence tomography – Denise Cunningham, R.D. Ross, R. Bishop e cols. National Eye Institute, Bethesda (EUA)

– Durante a pesquisa PREVAIL (Partnership for ResearEch on Ebola Virus in Liberia), foram analisadas as imagens do nervo óptico e da mácula de pacientes sobreviventes da infecção pelo vírus Ebola.

– Identificaram-se lesões causadas pelo vírus em 8 olhos de 7 pacientes. Detectaram-se alteração da arquitetura retiniana, sombreamento ou perda dos segmentos internos e interdigitação dos cones. Após 3 anos, a maioria das lesões sofreu remodelação da retina interna e reconstituição das faixas hiperrefletivas na retina externa.

– Conclusão: lesões causadas pelo Ebola são encontradas no pólo posterior e poupam a fóvea; após 3 anos, demonstram reconstituição da retina externa.

A0511 – Effects of intravitreal anti-vascular endothelial growth factor agents on intraocular pressure – David Na, S. Kalarn, R. Swamy. University of Maryland School of Medicine, Baltimore (EUA)

– Uso repetido de injeções intravítreas de anti-VEGF pode resultar em aumento constante da PIO.

– Objetivo: avaliar se o tipo de anti-VEGF, característica demográfica do paciente, doença de base do paciente e presença de LIO podem interferir na elevação da PIO.

– Alocaram-se pacientes que receberam tratamento em um dos olhos (para comparar com o olho contralateral não tratado).

– 73 pacientes que receberam uma única terapia (bevacizumab, ranibizumab ou aflibercept) – média de 4 injeções em 7 meses de follow-up: não houve diferença entre sexo, raça, tipo de anti-VEGF, doença retiniana ou fácico/pseudofácico. A diferença da PIO entre os olhos foi de 0,3 mmHg (não significante estatisticamente).

– 80 pacientes com múltiplas terapias (exceto esteroides) – média de 6 injeções com follow-up de 11 meses: não houve diferença entre raça, doença retiniana ou fácico/pseudofácico. A diferença da PIO entre os olhos foi de 0,6 mmHg (p=0,016). Houve diferença entre o sexo também (+0,9 mmHg em mulheres, p=0,049).

– Conclusão: Não houve diferença na PIO entre os diferentes tipos de anti-VEGF; a elevação da PIO é associada ao número de injeções; não há influência da raça, tipo de doença retiniana e ser fácico/pseudofácico.

B0059: Evaluation of different therapeutical approaches on the clinical outcome of endophthalmitis patients – Marcel Kitsche, L.E. Pillunat, N. Terai. University Eye Center, Dresden (Alemanha).

– Análise de 3 modalidades como terapia inicial: conservadora, cirúrgica e “terapia diferente”.

– 104 pacientes foram incluídos:

  • Abordagem conservadora: 11 pacientes (10,6%).
  • Terapia cirúrgica: injeção intravítreas de ATB (41 pacientes – 39,4%) ou VVPP em combinação com irrigação da câmara anterior (42 pacientes – 40,4%)
  • Terapia diferente: irrigação da câmara anterior, crosslinking corneano ou TX penetrante – 10 pacientes (9,6%)

– Dos 104, 29 pacientes não precisaram outros tratamentos.

– Os 11 do grupo conservador e os 10 do grupo “terapia diferente” pioraram e necessitaram cirurgia. 35 dos 41 pacientes que receberam ATB intravítreo necessitaram cirurgia. 19 dos 42 pacientes de VVPP necessitaram mais de uma abordagem cirúrgica.

– Conclusões: Pacientes com endoftalmite que recebem antibiótico intravítreo como terapia inicial, pioram apesar da injeção. VVPP deve ser realizada como primeira linha de terapia para endoftalmite, o mais cedo possível.

B0118: Spectral-domain optical coherence tomography (SD-OCT) findings in retinal vessel occlusion. Can retinal ischemia be detected in OCT findings? – Egbert Matthe, P. Eulitz, O. Furashova. University of Dresden (Alemanha)

– Oclusões arteriais ou oclusões venosas retinianas levam a isquemia e edema intracelular da retina. A transparência diminui, com alterações da refletividade retiniana à SD-OCT.

– Estudo retrospectivo com 114 olhos com oclusão de ramo arterial ou de artéria central da retina e 92 olhos com oclusão de ramo venoso ou de veia central da retina. As análises comparativas foram feitas com o olho contralateral.

– SD-OCT foi usado para medir a refletividade nas camadas internas da retina, mostrando alteração da refletividade (maior na camada de células ganglionares e plexiforme interna), de acordo com o tipo e severidade da oclusão, desta forma, prevendo o nível de isquemia.

– As alterações de refletividade nas camadas retinianas internas foram maiores na oclusão arterial, seguida pela oclusão venosa isquêmica e, por último, oclusão venosa não-isquêmica.

B0155: Efficacy of the 0,19mg fluocinolone acetonide implant (FAc, ILUVIEN®) in a multi-physician single practice setting: the Cleveland experience. Daniel C. Daroszewski, J.M. Coney, J.P. Schartman e cols. Retina Associates of Cleveland (EUA)

– Estudo retrospectivo de 75 olhos (60 pacientes) com edema macular diabético (EMD), com follow-up mínimo de 1 ano.

– AV prévia foi 60,2 letras, estável após a aplicação da medicação.

– 51,4% dos pacientes necessitaram tratamento adicional após FAc, porém houve redução do da frequência do tratamento: 1 tratamento a cada 2,7 meses pré-FAc x 1 tratamento a cada 6,2 meses pós-FAc.

– PIO estável após o implante de FAc; 7 olhos tiveram PIO >22mmHg, controlados com medicação tópica.

– Conclusão: implante de FAc mostrou estabilidade ou melhora da AV, redução da espessura macular central e redução da frequência do tratamento.

B0159 (Hot topic): Usefulness of liquid biopsy of aqueous humor biomarkers in predicting anti-VEGF response in diabetic macular edema. Results of a pilot study – Patricia Udaondo, M. Mesquida, E. Nogoceke e cols. Hospital Universitário y Politécnico La Fé, Valência (Espanha)

– Objetivo: avaliar a utilidade de um painel de citocinas obtidas do humor aquoso de pacientes com edema macular diabético (EMD) como preditor de resposta às terapias intravítreas.

– Amostras do humor aquoso foram obtidas antes de injeções intravítreas de 31 pacientes com DM tipo 2.

– Os pacientes foram classificados de acordo com a resposta ao anti-VEGF em rapid responders (11), slower responders (11) e non-responders (9). Um grupo adicional (7) que teve uma boa resposta com corticoides, mas falha prévia aos anti-VEGFs, foi incluído.

– A definição de resposta era obtida através da análise do OCT após 3 injeções mensais.

  • Rápidos: redução >50% com 3 meses.
  • Lentos: redução 10-50% em 3 meses, mas >50% em 6 meses.
  • Sem resposta: < 20% de redução em 3-6 meses.

– Resultados: níveis altos de VEGF no humor aquoso de rapid responders (62,2) x non-responders (0). Os slower responders mostraram níveis mais altos de marcadores inflamatórios que os rapid responders (mas sem significância estatística). Os pacientes que responderam ao corticoide, mas não aos anti-VEGFs, tiveram níveis de VEGF menores que os rapid responders.

– Conclusão: a análise do humor aquoso (biópsia liquida) pode ajudar a guiar a terapia (melhor seleção da medicação e custo-benefício).

B0177: Evaluation of the efficacy of intravitreal 0,7mg dexamethasone implant in patients with diabetic macular oedema in a tertiary referral center in United Kingdom – Anastasia Tasiopoulou, C. Kern, D. Fu e cols. Moorfields Eye Hospital, Londres (Grã-Bretanha)

– Avaliar o efeito na espessura macular central após o implante de dexametasona 0,7mg (Ozurdex®) em pacientes pseudofácicos e com edema macular diabético (EMD), basal, com 1 mês, 3 meses e 6 meses.

– 61 olhos de 60 pacientes, com idade média de 72 anos. 40 olhos tinham sido tratados previamente com anti-VEGF.

Basal: AV de 55 letras (ETDRS) e espessura macular de 414 micra.

Mês 1: AV de 57 letras (ETDRS) e espessura macular de 332 micra.

Mês 3: AV de 56,8 letras (ETDRS) e espessura macular de 370,7 micra.

Mês 6: AV de 54,3 letras (ETDRS) e espessura macular de 408,2 micra.

– PIO: ao final de 6 meses, apenas 5 olhos (8,2%) tiveram necessidade de medicações hipotensoras.

– Conclusão: tratamento com implante de dexametasona 0,7 mg em pacientes com EMD apresenta melhora da acuidade visual e redução da espessura macula em pelo menos 3 meses. Dessa forma, pode ser considerado nos casos em que não houve melhora com anti-VEGF ou há contraindicação da medicação.

30/04/19 – Terça feira

A0050: Safety and retinal toxicity of a biodegradable scaffold for stem cells derived RPE implantation. Preclinical study in rabbits. Mariana Kawamuro, R.A.B. Fernandes, M. Maia, F. Lojudice. Universidade Federal de São Paulo (Brasil)

– 18 coelhos submetidos ao implante do polímero PLGA (ácido polilático co-glicólico) semeado ou não com células-tronco embrionárias ou células ARPE; o quarto grupo realizou cirurgia-sham, como controle. Os animais foram sacrificados após 30 dias do implante e seus olhos foram fixados com formaldeído 4% e analisados através de hematoxilina-eosina e imunohistoquímica.

– Análise patológica mostrou ausência de alterações retinianas relacionadas a efeitos tóxicos de degradação do polímero PLGA. A maioria das amostras mostrou sinais de inflamação e desorganização relacionada à reação imunológica normal do hospedeiro e trauma cirúrgico inerente. A degradação do implante PLGA foi incompleta em 30 dias.

A0158: A promising non-viral gene therapy approach for retinitis pigmentosa – Karine Bigot, P. Gondouin, P. Montagne e cols. Eyevensys, Paris (França)

– Ferro é essencial para homeostase retiniana. Em excesso, pode causar estresse oxidativo e dano nos fotorreceptores (FR).

– A transferrina é um potente quelante endógeno do ferro. Injeção intravítrea de transferrina foi eficiente em prevenir a perda de FR em modelos experimentais.

– O EYS611 é uma terapia gênica não-viral para o tratamento de retinose pigmentar (RP). O implante no músculo intraciliar do plasmídeo com EYSY611 promove a produção de transferrina pelas células do músculo ciliar. Em modelos com dois ratos, esta terapia atrasou a progressão da doença.

A0225: Inherited retinal disease due to PRPH2 gene pathogenic variants. Mariana M. Palma, F.L. Motta, M.V. Salles, J.M.F. Sallum. Universidade Federal de São Paulo (Brazil)

– O gene PRPH2 atua na morfogênese e estabilização dos segmentos externos dos fotorreceptores. Mutação deste gene causa vários quadros clínicos distintos, como distrofia em padrão, distrofia em padrão butterfly-shaped, distrofia areolar central, distrofia macular viteliforme de início no adulto, retinose pigmentar, distrofia de cones-bastonetes, retinite puntata albecens, amaurose congênita de Leber, fundus flavimaculatus e doença de Stargardt.

– Estudo retrospectivo de pacientes com diagnóstico molecular definido por variantes patogênicas do gene PRPH2, com análise de 1.246 portadores de doença retiniana hereditária de banco de dados da Universidade Federal de São Paulo e do Instituto de Genética Ocular, entre 1998 e 2018.

– Encontraram-se 8 pacientes (2%) com retinopatias relacionadas a mutações do PRPH2. O diagnóstico clínico foi doença de Best, distrofia de cones, distrofia retiniana de início precoce, retinose pigmentar e doença de Stargardt. A idade média dos pacientes foi 42 anos (15-60 anos) e 63% eram mulheres. AV variou de 20/25 a 20/400.

– Conclusões: Mutações do PRPH2 causam condições clínicas e baixa visual bastante variáveis. O estudo deste gene permite combinar, juntas, classificações de doenças não-relacionadas. Seria mais adequado chamá-la de “Espectro das mutações do gene PRPH2” porque, por diversas vezes, é difícil classificar uma doença retiniana hereditária em paciente que tem as variantes patogênicas do gene PRPH2.

A0264: Gene therapy targeting PDGF-B for neovascular AMD – Xiaohui Zhang, H. Uehara, L. Carroll e cols. John A Moran Eye Ctr, Salt Lake City (EUA)

– Tratamento a longo prazo com anti-VEGF intravítreo pode levar a fibrose.

– Terapia genética com AAV2.sPDGFRB foi feita (injeção sub-retiniana) em olhos de ratos com neovascularização de coroide induzida por laser.

– A terapia com AAV2.sPDGFRB regrediu a angiogênese na membrana neovascular dos olhos de roedores, bem como a fibrose (análise após 4 meses de terapia).

– Essa terapia genética pode ser um novo caminho para tratamento de DMRI neovascular, devido à inibição da angiogênese e fibrose.

– Este trabalho testou a terapia gênica em relação aos antioxidantes (N-acetilciteína e ácido carnósico). Obteve-se um resultado melhor no quesito proteção, pois houve melhor preservação retiniana comparado aos demais. Teve preservação da camada retiniana externa, fotorreceptores e função retiniana (análise de ERG e OCT).

A0286 (hot topic): Quantity and morphology of inner retinal vasculature is reduced in intermediate age-related macular degeneration – Lisa Nivison-Smith, M. Trinh, M. Kalloniatis. University of New South Wales, Kensington (Austrália)

– DMRI envolve o suprimento vascular da porção externa da retina. Este trabalho visa verificar, à OCT-A, se há alteração do suprimento sanguíneo na retina interna.

– Foram analisados 51 olhos normais e 63 com DMRI intermediária.

– Conclusão: foi encontrada menor densidade de vasos na retina interna em olhos com DMRI intermediária, assim como afinamento dos vasos. Isso sugere que a DMRI ultrapasse a retina externa e que possa ter uma patogênese diferente na retina interna.

A0301: Retinal function, vasculature and oxygen parameters in patients with macular degenerations – Rebekka Heitmar. Aston University, Birmingham (Grã-Bretanha)

– Objetivo: determinar se há relação entre função visual, estágio da doença e parâmetros de oxigenação vascular retiniana em pacientes com degeneração macular.

– 42 pacientes com idade 54-85 anos; sendo 3 hipertensos e 1 diabético.

  • 32 pacientes possuíam DMRI com drusas médias (63-125 micra).
  • 10 pacientes com DMRI avançada (atrofia geográfica).
  • Análise da saturação de oxigênio foi baseada em 3 retinografias usando como parâmetro os mesmos cruzamentos vasculares, a ½ DP da cabeça do disco óptico.
  • – Conclusão: Os parâmetros de saturação de oxigenação retiniana parecem ser normais e não relacionados ao dano/perda do tecido. Porém, isto não descarta a possibilidade de haver mudança na liberação ou consumo de oxigênio previamente ao dano retiniano e consequente perda de função visual.

A0312: OCT angiography to predict geographic atrophy progression using choriocapillaris flow void as a biomarker – Yining Dai, K. Nattagh, H. Zhou e cols. University of Washington, Seattle (EUA)

– Objetivo: investigar como a percentagem de fluxo da coriocapilar está relacionada ao crescimento da atrofia geográfica (AG).

– 15 olhos com AG de pacientes com idade média de 81 anos foram avaliados com SS-OCTA (PLEX®) e autofluorescência.

– Conclusão: houve uma correlação positiva significante entre a expansão da AG e o aumento da densidade do fluxo coriocapilar nas margens da AG.

A0353: Optical coherence tomography angiography changes before and after panretinal photocoagulation in patients with treatment-naïve proliferative diabetic retinopathy – Anna S. Vergmann, T.Y. Wong, R. Kawasaki e cols. Odense University (Dinamarca)

– Avaliar o papel da OCT-A, método não-invasivo, como marcador de atividade da doença em pacientes com retinopatia diabética proliferativa (RDP) sem tratamento prévio, antes e após panfotocoagulação (PF) retiniana.

– Estudo prospectivo com 10 pacientes com idade média de 51 anos, submetidos à OCT-A antes e após 3-6 meses da PF. A área média de neovascularização basal e no follow-up não teve diferença estatisticamente significante ( 4 regrediram e 6 progrediram).

– Em pacientes com RDP e sem tratamento prévio, houve forte correlação entre a área de neovascularização medida pela OCT-A, de antes e depois da PF. Após o tratamento, neovascularização maior teve resultado pior do que neovascularização menor. Isto indica que OCT-A pode ajudar a medir a atividade da doença e a resposta ao tratamento em RDP.

A0415: In vivo imaging of anti-vascular endothelial growth factor inhibitors induced therapeutic response in the rat retina by using optical coherence tomography angiography – Johanna Meyer, J. Gross, F.G. Holz e cols. University of Bonn (Alemanha)

– Neovascularização de coroide induzida em ratos a partir de laser de argônio, seguida de tratamento intravítreo com NaCl (controle), aflibercept (Eylia®) e AF564 (anticorpo anti-VEGF do rato).

– Análises in vivo foram obtidas nos dias 2, 7, 14 e 21, com OCT-A e angiofluoresceínografia (angio).

– Resultados: vazamento detectado pela angio reduziu com tratamento com aflibercept e AF564, comparando-se com o controle.

– Conclusão: o tratamento com aflibercept e AF564 pode ser monitorado com OCT-A e angio em modelos animais com neovascularização de coroide induzida por laser.

  • Comparada ao OCT-A, a angio não permitiu analisar com acurácia a progressão na neovascularização de coroide, especialmente na zona avascular (elipsoide e camada nuclear externa), vista com maiores detalhes pelo OCT-A.
  • A análise confocal histológica da neovascularização mostrou que ela está super-representada na angio e sub-representada no OCT-A.
  • OCT-A permite análise espacial mais precisa da formação de neovasos no modelo animal examinado, que pode ser útil para investigar e compreender a progressão da DMRI.

A0451: Acute retina necrosis: which has a worse prognosis: herpes simplex or varicella zoster? – Vincent Nguyen, B.W. Botsford, A.W. Eller. University of Pittsburgh (EUA)

– Necrose aguda de retina (ARN) possui uma incidência estimada entre 0,5 e 0,63/milhão e qualidade visual baixa (< 20/200 em 25-75% dos casos).

– Descolamento de retina ocorre em 51% dos casos.

– Os vírus mais comumente associados são o varicela zoster (VZV), seguido pelo herpes simples 1 (HSV-1) e herpes simples 2 (HSV-2).

– Estudo retrospectivo de casos com ARN confirmada por PCR do humor aquoso obtido através de paracentese da câmara anterior.

– Protocolo de tratamento: aciclovir endovenoso 10 dias associado a foscarnet a cada 72h até inatividade da doença (total de 3 a 4 aplicações) e prednisona oral (1mg/kg) com regressão. Dois olhos receberam cidofovir endovenoso. Depois disso, os pacientes foram tratados com aciclovir ou valaciclovir por meses.

– 8 pacientes com VZV: idade média de 67 anos.

  • AV inicial de 20/60 e final de 20/50;
  • 25% com DR ? 100% permaneceram com retina colada.
  • – 12 pacientes com HSV-2: idade média de 43 anos.
  • AV inicial de 20/100 e final de 20/150
  • 75% com DR ? 62,5% permaneceram com retina colada.
  • 33% com AV de SPL.
  • – 2 pacientes com HSV-1:
  • AV inicial de 20/50 e final de 20/25
  • Sem DR neste grupo.

– Conclusão: Em ARN, a acuidade visual final foi pior no grupo HSV2, comparando-se com VZV e HSV-1; também houve maior frequência de descolamento de retina e pacientes mais jovens no grupo HSV-2. No caso de ARN intratável, pode-se considerar o uso de cidofovir endovenoso.

A0473: Analysis of newborn retinal haemorrhage in a tertiary hospital in São Paulo, Brazil with Retcam 3 fundus photos. Murilo U. Polizelli, B.M.R. Oliveira, L. Nakayama, V. Bergamo, N.S.B. Moraes. Federal University of São Paulo (Brasil)

– Objetivo: analisar a presença de hemorragias retinianas (HR) no recém-nascido (RN) e avaliar correlação com comorbidades maternas, condições pré-natais e condições clínicas do recém-nascido.

– Examinaram-se 34 RN, 1 a 4 dias após o parto, entre outubro e novembro de 2018 no Hospital São Paulo. A idade gestacional média foi 38 semanas e o peso médio ao nascer foi 2963g. O parto foi cesárea em 20 casos (59%) e normal em 14 casos (41%). Classificaram-se as HR de acordo com o método Egge.

– Detectaram-se HR em 19 olhos (29,6%). Dezesseis olhos (25%) tinham HR grau III, 1 (1,5%) tinha grau II e 2 (3,1%) tinham grau I. Sete olhos (20% dos casos com HR) apresentavam quadro bilateral e grau III e 1 (2,9%) apresentava comprometimento foveal. Havia 1 RN com hemorragia subhialoidea. Dos nascidos através de parto vaginal, 14 (41%) tiveram HR e dos nascidos por cesárea, 5 (25%) tiveram HR. Do total de gestantes, 14 (41%) apresentaram diabetes gestacional, 5 (14%) apresentaram hipertensão arterial sistêmica e 17 (50%) apresentaram algum risco obstétrico.

– Conclusão: observou-se maior gravidade de HR comparando-se a outros estudos; houve HR grau III em 15 RN (78% dos casos de HR).

A0571: Initial intravitreal injection of high-dose ganciclovir for cytomegalovirus retinitis in HIV-negative patients – Zhuyun Qian, H. Li, Y. Tao, W. Li. Shanghai Aier Eye Hospital (China)

– Objetivo: avaliar os resultados de altas doses de ganciclovir para tratamento de retinite por citomegalovírus (CMV) em pacientes sem infecção por HIV.

– 24 olhos de pacientes com retinite por CMV receberam múltiplas injeções com ganciclovir em intervalos semanais. Uma dose mais alta (6mg) foi usada na primeira aplicação e uma dose mais baixa nas subsequentes, para manutenção. Amostra de humor aquoso foi obtida antes de cada aplicação.

– Resultados: a carga de CMV reduziu significativamente de 2,59 x 105 cópias/mL (basal) para 1 x 104 cópias/mL 1 mês depois. A dosagem foi negativa em 17 olhos (70,8%) 1 mês após.

– Conclusão: uma dose inicial maior (6mg) de ganciclovir e injeções subsequentes podem reduzir significativamente a carga de CMV em pacientes HIV-negativos com retinite por CMV

A0582 (hot topic): Distribution of retinal amyloid deposits in association with Alzheimer’s disease – Melanie C. Campbell, J. Ren, E. Mason e cols. University of Waterloo (Canadá)

– A doença de Alzheimer é uma demência que cursa com depósito de placas de amiloide no cérebro. Este material pode ser encontrado na retina neural de alguns pacientes, especialmente na extrema periferia, e tornar-se uma ferramenta promissora no diagnóstico da doença.

– Retinas de doadores com Alzheimer foram marcadas com Thioflavina-S. Usando polarimetria, foi possível identificar depósitos amiloides na retina periférica e central. O número de depósitos amiloides por unidade de área analisada foi constante através da retina. – Para se prever a gravidade da doença de Alzheimer, através deste método, não é necessário obter imagem dos depósitos de amiloide da extrema periferia retiniana. Isto vai simplificar a análise da imagem da retina para o diagnóstico da doença.

B0137: Retinal vein occlusion in young patients: risk factors and management – Jinghua Chen, B. Mueller II, A. Hadayer e cols. UT Southwestern Medical Center, Dallas (EUA)

– A oclusão de veia é considerada uma doença de idosos, cujos principais fatores de risco são: doença cardiovascular, HAS, aumento da PIO, diabetes mellitus e alto índice de massa corpórea (IMC).

– Objetivo: analisar alterações clínicas, fatores de risco e prognóstico da oclusão venosa retiniana em pacientes mais jovens.

– Métodos: estudo retrospectivo com pacientes com < 45 anos.

– Resultados: 15 pacientes com follow-up de 10 meses.

  • 7 homens e 8 mulheres;
  • 13 brancos e 2 negros;
  • 11 (73,3%) com oclusão de veia central e 4 (26%) com oclusão de ramo.
  • Complicações: edema macular em 67%, edema de disco em 20%, hemorragia vítrea em 13,3%; não houve glaucoma neovascular. No geral, o resultado favorável com necessidade de menor número de injeções (1-2 injeções).
  • – Fatores de risco:
  • Medicações (33%): corticoide (20%), diurético (6,7%), anticoncepcional oral (6,7%).
  • Doenças cardiovasculares (26,7%): hipertensão (20%) e hiperlipidemia (6,7%).
  • Inflamação/infecção (26,7%): HIV/Lues/Herpes (6,7%), tireoidopatia (13,3%), doença de Whipple (6,7%), artrite reumatoide (6,7%).
  • Exercício intenso (20%): desidratação, hipóxia/hipercapnia, anabolizantes.
  • Hipercoagulabilidade (50%): aumento de proteína C reativa (12,5%), aumento de plaquetas (37,5%) e anticorpo antifosfolípide e cardiolipina (12,5%).
  • Doenças oculares concomitantes (53,3%): uveíte (20%), glaucoma (13,3%), descolamento de retina (6,7%), retinopatia pelo HIV (6,7%), edema crônico de disco (6,7%).

01/05/19 – Quarta feira

A0029: Assessing foveal morphology in individuals with fragmented foveal avascular zones – Rachel W. Linderman, J. Cava, A.L. Huckenpahler e cols. Medical College of Wisconsin, Milwaukee (EUA)

– Fatores não-patológicos podem afetar a qualidade da imagem da zona avascular foveal (ZAF) à OCT-A, como o comprimento axial.

– Métodos: OCT-A de 184 pacientes foram analisadas, sendo que em 10 foram encontradas alterações nas medidas da ZAF em pelo menos um olho. Seis pacientes retornaram para o follow-up; 23 pacientes com ZAF bem definida à OCT-A foram chamados para comparação.

– Conclusão: A presença de ZAF fragmentada foi associada com alterações morfológicas foveais, embora o olho contralateral também apresentasse pits foveais. Portanto, não é claro se a fragmentação foveal é causadora das alterações. Não houve alteração da AV nestes pacientes (AV média de 20/15)

A0420: Comparision of two color vision tests in patients with Usher syndrome – Mathias Chapon, I.S. Audo, A. Costa e cols. CHNO des Quinze-Vingts, Paris (França)

– Síndrome de Usher: distrofia bastonete-cone associada à surdez em vários estágios.

  • Tipo I: aproximadamente 40% dos casos, com surdez profunda estável congênita bilateral, sintomas visuais < 10 anos, disfunção vestibular associada.
  • Tipo II: aproximadamente 60% dos casos, surdez média-profunda congênita com possibilidade de progressão, sintomas visuais na adolescência.
  • Tipo III: < 3% dos casos, audição normal ao nascimento, porém com rápida perda até os 10 anos; sintomas visuais na adolescência.

– 24 pacientes (48 olhos) com idades entre 11 e 58 anos, afetados pela síndrome de Usher tipo I (29,2%), II (66,6%) ou III (4,2%) foram submetidos aos testes de CCT (Cambrige colour test) e HUE (Lanthony desaturated D15). Os resultados foram comparados aos de 15 voluntários saudáveis.

– CCT: avalia simultaneamente os cones S (azul), L (vermelho) e M (verde).

– 15HUE: avalia a capacidade de classificar pontos de cores diferentes.

– Resultados: 67% apresentaram testes CCT e 15HUE anormais; 17% apresentaram CCT anormal, mas 15HUE normal; 16% tiveram resultados normais nos 2 testes.

– Conclusão: há uma coerência entre os testes 15HUE e CCT para baixa visão em pacientes com síndrome de Usher; entretanto, o CCT teve maior sensibilidade que o 15HUE em detectar discromatopsia.

A0422: Analysis of macular vessel density in retinitis pigmentosa with hyperautofluorescent ring in the posterior pole using OCT-A – Bushra Usmani, S.A. Shah, M. Iftikhar e cols. University of Pittsburgh (EUA)

– Alguns pacientes com retinose pigmentar apresentam anel perifoveal hiperautofluorescente que separa a área normal da área com distrofia. O objetivo deste trabalho é analisar a densidade vascular superficial e profunda no OCT-A nesses pacientes.

– Métodos: OCT-A 3x3mm foi feito em 15 olhos de 8 pacientes normais e 15 olhos de 9 pacientes com retinose pigmentar com anel hiperautofluorescente.

– Conclusão: Pacientes com retinose pigmentar tiveram menor densidade vascular superficial e profunda que o grupo controle. Isto pode ser um novo biomarcador para a doença.

A0469: Micropulsed laser treatment of central serous retinopathy – Davide Allegrini, G. Mentesano, G. Ricciardelli e cols. Humanitas University, Bergamo (Itália)

– Análise retrospectiva de 15 pacientes submetidos ao tratamento com laser micropulsado para tratamento de coriorretinopatia serosa central (CRSC) com fluido sub-retiniano. Seguimento médio de 9 meses (foram acompanhados com 1 mês e 3 meses após o tratamento, e depois, a cada 3 meses).

– A primeira resposta (ausência de fluido sub-retiniano) foi obtida no primeiro mês em 75% dos pacientes. 8 pacientes necessitaram re-tratamento. O maior ganho da acuidade visual foi aos 9 meses, correlacionado ao melhora da espessura central ao OCT.

– Conclusão: laser micropulsado é uma opção viável de tratamento para CRSC, mas re-tratamentos podem ser necessários. A espessura macular central (CMT) inicial correlacionou-se positivamente com o resultado visual final e isto pode ser um parâmetro útil de prognóstico.

A0495: Hydroxychloroquine therapy: effects on retinal function and structure – Luz Amaro-Quireza, S. Tsang, D.C. Hood e cols. Columbia University, New York (EUA).

– As lesões retinianas causadas pelo uso de hidroxicloroquina são irreversíveis. A toxicidade é dose-dependente; segundo as recomendações da AAO, a dose máxima diária é 5mg/kg/dia. O risco de aumenta se há presença de lesão renal e uso de tamoxifeno.

– As características da toxicidade por hidroxicloroquina são a maculopatia em “bull’s eye”, atrofia macular e escotomas paracentrais no campo visual (CV) 10-2.

– As recomendações de screening são CV 10-2 e um dos seguintes: OCT, autofluorescência, ERG multifocal.

– Métodos: 43 pacientes em uso de hidroxicloroquina foram submetidos ao CV 10-2, ERG multifocal, autofluorescência e OCT macular.

– Resultados:

  • Autofluor: inicialmente pode não haver alterações ? anel hipoautofluorescente cercado por um anel hiperautofluorescente ? moteado hipoautofluorescente cercado por um moteado hiperautofluorescente.
  • OCT: alteração da zona elipsoide ? perda da zona elipsoide e afinamento da nuclear externa ? debris no EPR.
  • CV: escotomas que poupam o centro; neste estudo, os escotomas foram mais superiores.
  • ERG multifocal com alteração na amplitude da resposta anular, especialmente utilizando R5 como referência.

– Conclusão: anormalidades detectadas ao CV e ERG foram mais frequentes que danos estruturais no OCT e autofluor. A retina inferior e a pericentral foram mais vulneráveis à toxicidade.

A0557: Retinal avascular foveal zone as a systemic biomarker to evaluate inflammatory bowel disease control – Luis Nakayama, V.C. Bergamo, M.L. Conti, L. Costa, N.S. Moraes, O.A. Junior. Escola Paulista de Medicina, São Paulo (Brasil)

– 72 pacientes com doença inflamatória intestinal (DII) foram avaliados clinicamente e através de retinografia, OCT e OCT-A. A idade média foi 42 anos; 37 tinham com diagnóstico de doença de Crohn e 35 de retocolite ulcerativa. 25 pacientes estavam em atividade da doença e 47 em remissão.

– Resultados: não houve diferença da zona avascular foveal (ZAF) entre as doenças, mas houve diferença entre o grupo remissão e atividade (redução da ZAF em pacientes com atividade da DII).

– Conclusão: avaliação da ZAF através da OCT-A, método não-invasivo, pode ajudar a determinar se o paciente com DII está em atividade ou remissão.

B0037: Retinal vascular geometry measures as prognostic markers for successful panretinal photocoagulation in patients with proliferative diabetic retinopathy – Thomas Lee Torp, R. Kawasaki, T.Y. Wong e cols. Odense University Hospital (Dinamarca)

– A vasculatura retiniana é alterada em retinopatia diabética proliferativa (RDP) e pode servir como marcador para guiar o tratamento adequado com panfotocoagulação a laser (PF), visto que o tratamento excessivo (perda de campo visual, cegueira noturna) e insuficiente são prejudiciais.

– Métodos: 42 olhos de pacientes com RDP sem laser prévio foram incluídos. Todos fizeram angiofluoresceinografia no início e com 6 meses. No início, também foi feita a análise dos vasos com o software VAMPIRE (de 0,5-2DP do disco óptico). Todos foram submetidos à PF.

– A estrutura vascular retiniana inicial não foi sinal de prognóstico da atividade da doença após a PF.

– Após a PF, 7 pacientes tiveram progressão da RDP. Comparando as análises vasculares entre os pacientes que progrediram e os que não progrediram, não houve diferença entre o spot do laser, calibre venular e tortuosidade venular.

– Houve diferença na dimensão fractal entre os grupos: houve maior ramificação da árvore venosa nos pacientes que tiveram progressão da RDP após a PF.

B0074: Nanoceria protect retinal pigment epithelium in the light damaged retina – Annamaria Tisi, G. Parete, M. Passacantando e cols. University of L’Aquila, Avezzano (Itália).

– Nanoceria: nanopartículas de óxido cério.

– Estima-se que nanoceria (agente antioxidante) possa ter efeitos de proteção em DMRI seca, visto seu papel em prevenir a degeneração do EPR em modelos animais.

– Induziu-se degeneração do EPR em ratos albinos através de exposição a luz; em outro grupo, realizou-se aplicação intravítrea de nanoceria 3 dias antes da indução da lesão. Analisaram-se quantidade de lipofucsina, estresse oxidativo e imuno-histoquímica da retina.

– Houve menor lesão do EPR, menor acúmulo de lipofucsina e menor estresse oxidativo no EPR e nuclear externa nos ratos tratados com nanoceria.

– Conclusão: nanoceria protegeu o EPR e limitou as alterações da DMRI seca em um modelo em ratos com lesão induzida pela luz. Nanoceria pode ser uma possível terapia para DMRI seca.

B0076 (hot topic): The efficacy of a mast cell stabilizer in the experimental rat model of geographic atrophy – Shuntaro Ogura, R. Baldeosingh, S.P. Kambhampati e cols. Johns Hopkins University, Baltimore (EUA)

– Mastócitos são células do sistema imune inato. A degranulação dos mastócitos pode ser considerada um gatilho para inflamação ocular. A análise das células inflamatórias da coroide e o seu relacionamento com perda da coriocapilar em DMRI mostrou um número alto de mastócitos degranulados em pacientes com atrofia geográfica (AG).

– O estudo analisou o uso de fumarato de cetotifeno, um estabilizador de mastócitos, para avaliar se há prevenção das alterações.

– Ratos foram tratados com cetotifeno 2x/dia, via oral x controle, por 4 dias.

– A degranulação dos mastócitos ativados contribui para perda do EPR no modelo com ratos, efeito semelhante ao que ocorre em AG em humanos.

– Conclusão: a administração oral de cetotifeno preveniu mudanças em mastócitos quiescentes, sendo um possível caminho para tratamento de AG.

B0353: Real-world use of artificial intelligence to screen for diabetic retinopathy at Diabetes Care Clinics – E. Simon Barriga, J. Benson, G. Zamora e cols. VisionQuest Biomedical, Albuquerque (México)

– EyeStar, screening para retinopatia diabética (RD) que aplica inteligência artificial, foi utilizado em serviço de acompanhamento de pacientes com DM.

– Enfermeira captura a imagem ? imagem armazenada na cloud ? EyeStar processa a imagem e envia relatório para o centro de acompanhamento de DM.

– 15.356 casos foram analisados por este sistema de 2016 a 2019.

  • 98% de sensibilidade, 77% de especificidade.
  • Redução do trabalho do médico: 79% ? pode melhorar o relacionamento médico-paciente, ao permitir maior tempo para isto.
  • Reduziu a referência para o médico em 80%
    • Retorno em 12 meses: sem RD ou leve
    • Retorno em 6 meses: RD não proliferativa (RDNP) moderada.
    • Referenciado ao oftalmologista: RDNP severa, RDP ou suspeita de edema macular clinicamente significativo.

4221: Two-year natural history of subclinical neovascularization in non-exudative age-related macular degeneration using swept source OCT angiography – Jyn Yang, Q. Zhang, P. Rosenfeld e cols. Bascom Palmer Eye Institute, Miami (EUA)

– SS-OCTA foi usada para detectar a prevalência, incidência e história natural de membrana neovascular (MNV) macular subclínica em olhos com DMRI não-exsudativa unilateral.

– Métodos: 227 pacientes foram submetidos à SS-OCTA 3×3 mm e 6x6mm de agosto/14 a março/18

  • 154 com DMRI intermediária e 73 com atrofia geográfica.
  • – Resultados: 30 olhos tinham MNV subclínica – prevalência de 13,2%
  • Durante o follow-up, 12 olhos desenvolveram MNV – incidência de 8,9%.
  • Exsudação ocorreu em 19 de 191 olhos.
  • Com 2 anos, a incidência cumulativa de exsudação em todos os olhos foi de 11,4%
    • Em olhos com MNV subclínica, foi de 34,5%
    • Em olhos sem MNV, de 6,3%
  • – Conclusão: SS-OCTA pode detectar neovascularização em DMRI não-exsudativa.
  • Em 2 anos, o risco de exsudação é aproximadamente 14x maior no olho com MNV subclínica do que no olho sem MNV subclínica.
  • O tamanho e crescimento da membrana NÃO é preditivo de resultado e não é igual à exsudação.
  • Questionamentos: por que exsuda? Não é a área, não é o tamanho, não é o crescimento. É imunológico? Fluxo vascular?
  • Pacientes com MNV subclínica necessitam monitoramento mais frequente (home monitoring é ideal nestes casos). O tratamento da MNV subclínica sem exsudação não é recomendado.

4222: Deep learning identifies hyperreflective foci as a predictor of geographic atrophy progression – Ursula Schmidt-Erfurth, S.M. Waldstein, C. Grechenig e cols. University of Vienna (Áustria)

– Objetivo: caracterizar a incidência e distribuição de focos hiperrefletivos em olhos com atrofia geográfica (AG) e correlacionar com o crescimento da AG.

– Métodos: análise de 1106 scans de SD-OCT e 171 imagens de autofluorescência de pacientes com AG. Follow-up médio de 36 meses. Para estabelecer correspondência anatômica entre as imagens multimodais, foi usado um sistema de deep learning.

– Resultados: o algoritmo foi confiável em identificar e quantificar as áreas hiperrefletivas nas lesões de AG; a maioria foi encontrada nas bordas da lesão.

– Conclusão: focos hiperrefletivos representam um sinal patognomônico de atividade da doença e local de progressão iminente da AG.

4223: Retinal morphology and risk factors for the development of macular atrophy during extended follow up in the IVAN trial – Usha Chakravarthy. T. Peto, R. Evans e cols. Queens University of Belfast (Irlanda do Norte)

– Dos 610 participantes do estudo IVAN (bevacizumab x ranibizumab), 417 estavam vivos em 2017; 408 concordaram em participar do seguimento.

– A ausência de descolamento do EPR (DEP) apresentou mais ILMA (intralesion macular atrophy) e atrofia geográfica.

– Conclusão: atividade da lesão neovascular diminuiu ao longo do tempo (4-5 anos); houve aumento da frequência de DEP porém sua altura reduziu-se. Será que o DEP protege?

4224: How reliable is the clinical diagnosis of subretinal fibrosis in neovascular age-related macular degeneration? – Markus Schranz, P.K. Roberts, S. Sacu e cols. University of Vienna (Áustria)

– Estudo transversal em 30 olhos de 30 pacientes com DMRI neovascular e história de tratamento com anti-VEGF por pelo menos 1 ano. Todos foram submetidos à microperimetria, retinografia e PS-OCT (polarization-sensitive OCT).

– Diagnóstico de fibrose sub-retiniana:

Fundoscopia: tecido amarelado-acinzentado bem delimitado com aparência sólida.

OCT: material hiperrrefletivo sub-retiniano (SHRMs) associado com tecido fibroso.

Entretanto, SHRMs podem conter outros materiais que não apenas fibrose, como drusas.

– PS-OCT pode identificar melhor e mais precocemente as mudanças da fibrose.

– Microperimetria: uma ferramenta para análise funcional.

– Conclusão: PS-OCT pode detectar melhor a fibrose em DMRI neovascular. As áreas identificadas por este método demonstraram menor sensibilidade retiniana (microperimetria) do que as áreas detectadas apenas pela retinografia.

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